Representante da Operação Acolhida pede apoio do comércio para inserção econômica e social de venezuelanos em MT

Representante da Operação Acolhida pede apoio do comércio para inserção econômica e social de venezuelanos em MT

Presidente e diretores da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat) e da Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá (ACC) receberam na manhã desta sexta-feira (24.01), na sede das entidades, na Capital, a visita do Capitão de Mar e Guerra, da Marinha do Brasil, ligado ao Ministério da Defesa, Alessandro Santos Ikawa, que apresentou o projeto Operação Acolhida, cuja finalidade é abrigar e interiorizar os venezuelanos que buscam refúgio no Brasil, incluindo indígenas.

O projeto existe desde 2018 e tem como sede o município de Pacaraima (RR) fronteira com a Venezuela e ponto de partida da Operação Acolhida. É lá onde começam os primeiros atendimentos. Em quase dois anos de projeto, de acordo com o governo federal, foram mais de 880 mil atendimentos. Os estrangeiros também recebem orientação de saúde e imunização: mais de 330 mil doses de vacinas já foram aplicadas. Militares, Organizações-Não Governamentais (Ongs), igrejas e várias outras entidades atuam no projeto.

O Capitão de Mar e Guerra apresentou um parâmetro atual da operação. Segundo ele, a operação se baseia em três pilares: acolhimento, abrigamento e interiorização, este último o motivo da visita à Facmat e ACC, ou seja, pedir apoio para que os imigrantes sejam recebidos em Mato Grosso e tenham oportunidades de emprego para inserção econômica e social.

“O mundo todo está fechando as portas e as fronteiras, construindo muros, mas o Brasil é um dos únicos que oferecem uma proposta diferente, que é o de integrar essas pessoas à sociedade civil. Podemos transformar essas pessoas através da nossa sinergia de esforços”, explicou Ikawa.

Conforme dados da Operação Acolhida apresentados por ele, 523 venezuelanos, em média, entram no Brasil diariamente. Desses, 284 estão em trânsito para outros países e cerca de 26 são desassistidos e em situação de vulnerabilidade. 

“Pedimos que a Facmat seja nosso parceiro, junto com outras Federações, para que nos ajudem a divulgar a possibilidade de empregar esses imigrantes venezuelanos”, reiterou o capitão, ao afirmar que será uma ajuda para pessoas desconhecidas, mas que terá um reflexo positivo no futuro.

A Facmat e a Associação Comercial de Cuiabá se propuseram a auxiliar no projeto, até mesmo porque a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) é uma das parceiras em nível nacional. 

“Sabemos como essas pessoas estão sendo tratadas no país delas, a ponto de terem que abandonar suas famílias para cuidar da sobrevivência, das necessidades básicas que todo ser humano precisa. Nós, como Federação e Associação, temos que contribuir, levar esse assunto aos nossos filiados e procurar participar dessa ação humanitária tão necessária”, declarou o presidente da Facmat e da ACC, Jonas Alves.

Casa de Apoio

O presidente da Cruz Vermelha Brasileira, Filial Mato Grosso, Marcos Divino Teixeira da Silva, explicou que no Estado muitos dos venezuelanos que estão nas ruas, principalmente em Cuiabá, são aqueles que chegaram por conta própria, sem assistência da Operação Acolhida. 

“Pretendemos criar uma Casa de Apoio, pois aqui só temos a Casa do Imigrante, mas muitos deles, por questões culturais, em especial os indígenas, não se adaptaram e estão embaixo de viadutos. Através dos nossos voluntários, vamos receber os que chegarem via Operação Acolhida e, em conjunto com os empresários, esperamos que venham de Roraima já empregados. A Cruz Vermelha contribui ainda administrando e organizando a Casa de Apoio”, explicou. 

Conforme dados do Ministério da Defesa, até dezembro de 2019 foram interiorizados mais de 27 mil venezuelanos para 24 estados brasileiros. Todos eles são acompanhados desde a saída de Roraima até as cidades de destino. 

Operação Acolhida

A Força-Tarefa Logística Humanitária - Operação Acolhida desenvolve ações nas áreas de prestação de serviços básicos e saúde pública, políticas sociais, ordenamento e controle de fronteira. Está estruturada em três pilares: ordenamento de fronteira – por meio da recepção, identificação, documentação, triagem e cuidados médicos básicos; abrigamento – com a acomodação em um abrigo e um alojamento de passagem na zona de fronteira, Pacaraima, e, posteriormente, nos 11 abrigos disponíveis em Boa Vista, onde recebem alimentação, educação, cuidados com a saúde e proteção social; e interiorização, que é o deslocamento dos refugiados para diversos estados do país, com apoio à sua inserção econômica e social. (Com informações Ministério da Defesa)

Redação e foto: Assessoria de Imprensa da Facmat